32 dos 96 distritos da cidade de São Paulo registraram alta no nível de infestação por
Aedes aegypti em 2015. Foto: Venilton Kuchler/ANPr (08/12/2015)
Trinta e dois dos 96 distritos da cidade de São Paulo registraram alta no índice de Breteau (número de recipientes com larvas de
Aedes aegypti para cada 100 imóveis visitados) em 2015.
Isso quer dizer que foi encontrado um número maior de focos de reprodução do mosquito transmissor do vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela nesses locais entre outubro de 2014 e mesmo mês de 2015 (período com os indicadores disponíveis mais atualizados).
É o que aponta levantamento inédito feito pelo
Fiquem Sabendo com base em dados da
Secretaria Municipal da Saúde por meio da
Lei Federal nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação).
De acordo com as informações da gestão do prefeito
Fernando Haddad (PT), 23 desses bairros não tinham registrado a existência de recipientes com larvas de Aedes aegypti no fim de 2014. É o caso, por exemplo, de Moema, na zona sul, onde o índice de Breteau subiu de 0 para 0,535 em um ano. (Veja o detalhamento desses dados no infográfico abaixo.)
Reportagem do
Fiquem Sabendo publicada nesta terça-feira (26) mostrou
o nível de infestação por Aedes aegypti, medido pelo índice de Breteau, de todos os 96 distritos paulistanos.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, os índices menores que 1 são satisfatórios; de 1 a 3,9 são considerados alerta e acima de 3,9 são de risco.
Prefeitura projeta 250 mil casos de dengue neste ano
A gestão do prefeito Fernando Haddad anunciou, no fim de 2015, que
projeta para 2016 a ocorrência de 250 mil casos de dengue na cidade de São Paulo. Isso representa mais do que o dobro dos 100.327 casos registrados entre janeiro e a primeira quinzena de dezembro do ano passado (os dados consolidados de 2015 devem ser divulgados nas próximas semanas).
Na avaliação da prefeitura, esse aumento se deve a uma combinação de fatores, como o aumento das temperaturas médias na cidade e o fato de haver um número alto de paulistanos que nunca pegaram dengue e, por isso, são mais vulneráveis à doença.
País contabiliza 3.893 casos de microcefalia desde outubro
Entre 22 de outubro de 2015 e 16 de janeiro deste ano,
foram notificados 3.893 casos de microcefalia em 764 municípios, distribuídos em 21 estados do país.
Até a divulgação do último boletim pelo Ministério da Saúde, no dia 20, 49 mortes provocadas pela malformação haviam sido registradas. Em seis delas, houve relação com o zika vírus.
Reportagem do site
El País publicada nesta terça-feira (26) mostrou que
o Estado de São Paulo deixou de reportar ao Ministério da Saúde o nascimento de quase 200 bebês com microcefalia.
Por que isso é importante?
A
Constituição Federal de 1988 prevê, em seu art. 6º, o direito à saúde como um dos direitos sociais.
Já o art. 196, também da Constituição Federal, diz que a saúde “é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
A
Lei 8.080/90 (Lei do SUS) prevê, em seu art. 2º, que “a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício”.
Dados são importantes para direcionar combate a mosquito, afirma secretaria
A Secretaria Municipal da Saúde disse em nota enviada por sua assessoria de imprensa que os índices de Breteau “são muito importantes para que as ações de combate sejam direcionadas em determinados locais, principalmente pelo fato de que é fundamental saber quais os principais criadouros dessas regiões”.