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Em seus últimos dias à frente do Ministério da Educação, Abraham Weintraub abriu espaço no expediente para despachar demandas de imprensa com a equipe de comunicação do órgão e se reunir com a chefia de gabinete para repassar processos internos, compromissos que não costumavam frequentar a agenda oficial do então ministro antes de junho, conforme análise da agência Fiquem Sabendo a partir dos registros públicos no site do MEC.
Reportagem em parceria com o Yahoo Brasil, acessse aqui.
O ex-ministro voltou a frequentar manchetes nos últimos dias, com a notícia de que a Câmara Legislativa do Distrito Federal o nomeou persona non grata em Brasília. No fim de julho, ele foi confirmado no cargo de diretor executivo no Banco Mundial de forma quase concomitante com a condenação da União a pagar R$ 50 mil de indenização por danos morais à sociedade devido a uma declaração de Weintraub em 2019 sobre plantação de maconha em universidades.
A situação do ex-ministro no governo de Jair Bolsonaro ficou insustentável após a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, quando declarou que era preciso mandar prender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O vídeo foi divulgado em 22 de maio, por decisão do ministro do STF Celso de Mello, a pedido do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que acusa o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal, motivo que levou Moro a deixar o governo, no final de abril. Weintraub também foi citado no inquérito das “fake news” nesse meio tempo.
Para entender os passos de Weintraub até sair do país, em 19 de junho, verificamos os 220 compromissos a ele atribuídos na agenda oficial do MEC desde 22 de abril, quando ocorreu a reunião ministerial que se tornou pública um mês depois. A comparação entre o mês anterior ao vazamento do vídeo e o mês seguinte revela algumas mudanças de padrão na agenda de Weintraub.
Seus últimos atos, na verdade, estavam agendados para 22 de junho, mas constam como cancelados. No dia 19, a reunião que ele teria às 18h com o chefe de gabinete Djaci Vieira de Sousa para instruir “atos/processos”, conforme registrado na agenda, já aparece como cancelada. Ao longo do mês de junho, Weintraub e o chefe de gabinete tiveram 12 encontros. Desconsiderados compromissos cancelados e despachos internos, o chefe de gabinete foi o nome mais frequente na agenda do ministro em 97 compromissos analisados em dois meses. Antes de junho, não havia registros de reuniões com o chefe de gabinete na agenda oficial do ministro.
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Este conteúdo saiu primeiro na edição #66 da newsletter da Fiquem Sabendo, a Don’t LAI to me. A newsletter é gratuita e enviada quinzenalmente, às segundas-feiras. Clique aqui e inscreva-se para receber nossas descobertas em primeira mão também.