Público lota trecho da avenida Paulista, na região central de São Paulo, durante a Parada Gay. Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas (29/05/2016)
Esse número representa uma média de um crime de intolerância registrado a cada 12 dias.
É o que aponta levantamento inédito feito
Fiquem Sabendo com base em dados da
Polícia Civil do Estado de São Paulo obtidos por meio da
Lei Federal nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação).
Esses inquéritos dizem respeito apenas aos casos investigados pela Decradi, delegacia especializada que tem por atribuição apurar casos dessa natureza de autoria desconhecida.
A exemplo do que ocorre com a maioria dos outros crimes, os inquéritos de crimes contra vítimas LGBT normalmente são investigados pelo distrito policial da área onde ocorre o delito.
De acordo com a polícia, ameaça, injúria e lesão corporal são os crimes mais comuns praticados contra vítimas desse perfil. (Veja, no infográfico abaixo, informações detalhadas sobre os casos ocorridos no período analisado e acerca do trabalho feito pela Decradi.)
Suspeito também pode ser alvo de sanção administrativa, afirma polícia
Procurada, a Secretaria de Estado da Segurança Pública informou por meio de nota que, além da responsabilização penal, que quem comete crimes de intolerância contra vítimas LGBT estão sujeitos a sanções no âmbito administrativo, a cargo da Secretaria de Justiça e Cidadania.
Leia, abaixo, a íntegra da nota que a pasta enviou à reportagem:
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A Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI), do DHPP, informa que as vítimas são orientadas, preliminarmente, a registrar os fatos na delegacia mais próxima ou pela internet.
Dependendo da infração, há necessidade de comparecimento da vítima na unidade policial para manifestar seu interesse na instauração do inquérito e, quando possível, apresentar dados de eventuais testemunhas e outras informações que possam contribuir com as investigações. Se o crime motivado por intolerância for de autoria desconhecida, a competência por essa apuração será do DECRADI.
Além disso, é possível a formalização de denúncia, pela vítima, junto à Secretaria de Justiça e de Defesa da Cidadania para a aplicação das penalidades administrativas previstas em Lei."
Atirador matou 49 pessoas em boate gay nos Estados Unidos
Na madrugada do último dia 12, o norte-americano Omar Mateen, filho de afegãos, descarregou um fuzil AR-15 e uma pistola na direção de cerca de 200 pessoas que dançavam na boate gay Pulse, em Orlando, na Flórida (EUA).
O saldo de sua ação foi o
maior ataque a tiros da história dos EUA: 49 mortos e 53 feridos. Ele foi morto por policiais minutos depois.
Nesta semana, emissoras de TV americana exibiram entrevista com um homem que se identifica como amante gay do terrorista. De acordo com o seu relato, Mateen cometeu o atentado por se sentir rejeitado por gays latinos frequentadores da boate Pulse.