Fachada da sede da PGR (Procuradoria-Geral da República), em Brasília. Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil (26/05/2015)
Quatrocentos e quarenta e nove homens e 14 mulheres cumprem pena ou aguardam julgamento presos em todo o Estado de São Paulo por algum dos chamados crimes contra a administração pública, parte do Código Penal que define a conduta e estipula as penas para práticas como corrupção ativa, corrupção passiva, peculato. Somados todos os crimes, eles motivaram 0,19% das prisões do Estado. É o que aponta levantamento inédito feito pelo Fiquem Sabendo com base em dados da
Secretaria de Estado da Administração Penitenciária, do governo Geraldo Alckmin (PSDB), obtidos por meio da
Lei de Acesso à Informação.
De acordo com os dados oficiais, referentes a dezembro de 2016, os 168 presídios existentes no Estado de São Paulo abrigam 217.667 detentos e 12.485 presas.
Segundo as informações disponibilizadas pela Secretaria da Administração Penitenciária, o tráfico de drogas é delito responsável pelo maior número de prisões no Estado. Entre os homens, ele responde por 35,59% do total de prisões, enquanto, no universo de detentas, esse porcentual é ainda maior: de 67,56% do total (veja o detalhamento desse indicador no quadro abaixo).
Isso significa dizer que os presídios do Estado de São Paulo abrigam, em média, um grupo de 191 suspeitos de tráfico (muitos deles usuários, já que a Lei de Drogas não diferencia essa figura da do traficante) para cada acusado de corrupção.
64% da população carcerária responde por tráfico ou roubo
Atrás apenas do tráfico, o segundo crime que mais leva gente à cadeia no Estado de São Paulo é o roubo, com um total de 70.459 detentos, entre homens e mulheres.
As cadeias paulistas possuem um total de 147.922 presos por tráfico ou roubo. Isso representa 64% da população carcerária do Estado.
Já o furto representa 9,41% das prisões entre os homens e 6,66%, entre as mulheres. É o terceiro crime do ranking, nos dois gêneros.