Trecho da avenida Jornalista Roberto Marinho, na região de Campo Belo, zona sul de São Paulo. Foto: PAC 2 (09/04/2016)
Com 314 casos de roubo e furto a residência em 2016, a região do Campo Belo, na zona sul de São Paulo, foi a campeã de ocorrências dessa natureza em toda a capital paulista no período. É o que aponta levantamento inédito feito pelo
Fiquem Sabendo com base em dados da
Secretaria de Estado da Segurança Pública obtidos por meio da
Lei de Acesso à Informação.
De acordo com as informações disponibilizadas pela gestão do governador
Geraldo Alckmin (PSDB), o distrito de Cidade A.E. Carvalho, na região de Itaquera, na zona leste, ocupa a segunda colocação do ranking, com 307 casos de furto e roubo a casa ou apartamento contabilizados entre janeiro e dezembro do ano passado. Ponte Rasa, também na zona leste, aparece em terceiro lugar, com 306 ocorrências.
Confira, abaixo, o ranking dos dez distritos policiais, de um total de 93 existentes na cidade, com mais casos de furto e roubo a residência na capital paulista em 2016:
Esses números representam a soma dos boletins de ocorrência de roubo e de furto a residência registrados em cada um dos distritos policiais.
Por que isso é importante?
A
Constituição Federal de 1988 prevê, em seu art. 144, que a segurança pública corresponde a um “dever do Estado” e um “direito e responsabilidade de todos” e que ela é exercida “para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”.
O
Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848/1940) prevê, em seu art. 155, uma pena de reclusão de dois a quatro anos e multa para quem comete o crime de furto. Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas (situação comum aos casos de invasão a residência) ou mediante escalada, a pena cominada é mais alta: reclusão de dois a oito anos e multa.
Já em seu art. 157, o Código Penal prevê para o roubo uma pena de reclusão de quatro a dez anos e multa. Ela é aumentada de um terço em situações como o concurso de dois ou mais suspeitos ou emprego de arma de fogo.
Outro lado
Procurada, a Secretaria de Estado da Segurança Pública disse por meio de nota que as polícias aumentaram em 2016 em 15% o número de prisões na comparação com 2015.
Leia, abaixo, a íntegra da nota que a secretaria enviou à reportagem:
"O Deic informa que adota medidas para reprimir essa modalidade criminal, analisando os bairros pela densidade populacional, mapeando locais de maior incidência e trocando informações com outras unidades policiais como as características e modus operandi dos criminosos. No combate ao furto de residência, as campanhas institucionais de prevenção também se mostram aliadas.
Como exemplo desse combate, o Deic prendeu cinco integrantes de uma quadrilha acusada de roubar residências no Morumbi, após três meses de investigação conjunta da 4ª Delegacia da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio e do Garra no último fim de semana.
O trabalho das delegacias especializadas é complementado pela atuação das unidades territoriais. Na área do 27°DP, recentemente, foi esclarecido um caso de furto a residência, com a prisão de quatro envolvidos, e que são investigados pela participação de mais casos semelhantes. Pelo 24°DP, somente em 2016, 52 casos foram esclarecidos, sendo 37 de furto e 15 de roubo a residências. Na região do 64°DP, também no segundo semestre do ano passado, uma atuação rápida da equipe de investigação possibilitou a prisão em flagrante de dois homens envolvidos nesse tipo de delito, na região de Arthur Alvim.
As policiais civil e militar prenderam 41.013 pessoas em flagrante com o patrulhamento preventivo e ações especiais no ano passado, o que representa um aumento de 15% em relação a 2015."