Trecho da avenida Paulista, na região central; via registrou 308 roubos entre janeiro e setembro deste ano, segundo a polícia. Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas (02/10/2015)
Importante e movimentada via da cidade de São Paulo, onde está localizado o terminal rodoviário do Tietê (o maior do país), a avenida Cruzeiro Sul registrou 324 casos de roubo a pedestre entre janeiro e setembro deste ano (197 na zona norte e 127 na região central).
Esse número fez dela a avenida da capital paulista com mais ocorrências desse tipo de crime registradas no período.
É o que aponta levantamento inédito feito pelo
Fiquem Sabendo com base em dados da
Polícia Civil do Estado de São Paulo obtidos por meio da
Lei Federal nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à informação). A reportagem elaborou o ranking das dez vias da cidade que registraram mais assaltos a pedestres neste ano.
De acordo com as informações disponibilizadas pelo governo
Geraldo Alckmin (PSDB), a segunda colocação do ranking ficou com a avenida Paulista, cartão-postal da cidade, com 308 roubos contabilizados entre janeiro e setembro. A rua Augusta (travessa da Paulista) é a terceira colocada, com 291 assaltos registrados no período. Em seguida, aparece a rua da Consolação, com 281 casos. (Veja o detalhamento desse levantamento no infográfico abaixo.)
Combate a crime requer mudança na lei, diz consultor
Na avaliação do especialista em segurança pública e privada Jorge Lordello, parte dos roubos a pedestres ocorridos em vias de grande movimento, como a avenida Paulista, é cometida por suspeitos habituados a praticar esse delito por várias vezes em um curto espaço de tempo.
Para ele, muitos desses suspeitos roubam, na maior parte dos casos, celulares para repassá-los a receptadores e obter droga com o dinheiro.
"O combate a esses suspeitos requer mudanças na legislação, como punições mais rigorosas a adolescentes infratores", avalia Lordello.
Por que isso é importante?
A
Constituição Federal de 1988 prevê, no seu art. 144, que a segurança pública corresponde a um “dever do Estado” e um “direito e responsabilidade de todos” e que ela é exercida “para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”.
O
Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848/1940) prevê, no seu art. 157, uma pena de reclusão de quatro a dez anos e multa para quem comete o crime de roubo.
Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas ou com emprego de arma de fogo (situação comum a abordagens a motoristas em assaltos), a pena é aumentada em em até um terço.
Polícia desenvolve ações para combater roubos, afirma secretaria
A Secretaria de Estado da Segurança Pública disse por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa que está atenta aos índices de criminalidade nas vias citadas pela reportagem e que desenvolve ações para combater assaltos nesses locais.
Leia a íntegra da nota enviada à reportagem:
"A SSP esclarece que as polícias estão atentas aos índices de criminalidade das regiões citadas e desenvolvem operações para combater a criminalidade. O resultado disso é que o número de furtos na região central caiu 2,3% nos últimos três meses, em comparação com o mesmo período de 2014. Exemplo desse trabalho conjunto foi a realização de uma operação no último dia 15, nas áreas do 1º, 2º e 3º DPs, para coibir furtos, roubos e receptação, quando 17 flagrantes de crime contra o patrimônio foram registrados. Cerca de 8 mil objetos foram apreendidos na ocasião, sendo 173 celulares. A SSP informa ainda que a avenida Paulista, as ruas Augusta e Consolação recebem policiamento preventivo da Força Tática, Radioputrulhamento, Ronda Escolar e ROCAM (Rondas Ostensivas Com Apoio de Motocicletas). De janeiro a novembro deste ano, a PM prendeu 4.151 pessoas, recuperou 816 veículos e apreendeu 154 armas de fogo e 325 Kg de entorpecentes, na região."