Estação de bicicletas compartilhadas na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Foto: Léo Arcoverde/Fiquem Sabendo
Trezentas e quinze bicicletas furtadas neste ano na cidade de São Paulo_mais do que uma por dia. Esse é o saldo contabilizado pela empresa Serttel, que presta o serviço de aluguel de bikes disponibilizado por meio de uma parceria da
Prefeitura de São Paulo com o banco
Itaú.
Levantamento inédito do
Fiquem Sabendo com base em boletins de ocorrência de 816 furtos ou roubos de bicicletas ocorridos no primeiro semestre deste ano em São Paulo mostra que, em 20% dos casos (112), a bicicleta levada pelo suspeito era do serviço de aluguel de bicicletas laranjas.
Os dados dos boletins de ocorrência (delegacia responsável por investigar o crime, data, hora e histórico) foram obtidos por meio da
Lei de Acesso à Informação.
De acordo com as informações disponibilizadas pela Polícia Civil de São Paulo, da gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), as regiões de Perdizes, na zona oeste, e da Vila Matilde, na zona leste, lideram os casos de furtos e roubos de bikes alugadas na capital paulista (veja no quadro abaixo o mapa detalhado de ocorrências).
Estações tiveram de ser reforçadas, afirma banco
O banco Itaú informou por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa que os episódios de roubo e vandalismo “acontecem em todos os sistemas de bike-share do mundo” e que o tema tem “motivado atuação conjunta com autoridades locais”.
Leia, abaixo, a íntegra da nota enviada pela assessoria do banco:
“Episódios de roubo e vandalismo acontecem com todos os sistemas de bike-share no mundo. Tivemos problemas pontuais, que resolvemos reposicionando as estações para locais mais próximos e de maior movimento. Episódios assim trazem bastante aprendizado, inclusive com o reforço das estações para evitar novos casos. De qualquer forma, esse é um tema que nos preocupa sempre e que tem motivado atuação conjunta com autoridades locais, já que na prática essa é uma questão de segurança pública. Porém, constatamos que as ocorrências de roubo ou vandalismo com nossas bicicletas estão abaixo dos índices internacionais.”
Já a empresa Serttel, que disponibiliza o serviço, informou que os furtos e roubos causam “desequilíbrio desequilíbrio econômico-financeiro no Projeto e para as pessoas que fazem uso do Projeto causa uma diminuição no número de bicicletas ofertadas e em caso de roubos traz transtornos, pois o usuário precisa entrar em contato com a nossa central e apresentar um Boletim de Ocorrência”.
Secretaria promete criar banco de dados com número de identificação de bikes roubadas
A
Secretaria de Estado da Segurança Pública disse por meio de nota que “vem trabalhando para aumentar a segurança dos ciclistas na cidade de São Paulo”.
De acordo com a pasta, o secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, após reunião com a associação de ciclistas no mês passado, criou uma nova resolução que determina a inclusão do número das séries de bicicletas nos registros de boletins de roubo e furto.
“Além de inibir os crimes, a medida ajuda a polícia a identificar o proprietário da bicicleta quando ela for recuperada. Será criado um banco de dados com os números de identificação das bicicletas furtadas ou roubadas no sistema Detecta, que poderá ser acessado por toda a polícia paulista. As polícias estão empenhadas em conter os roubos a ciclistas e trabalham em conjunto na elucidação dos crimes. A PM está à disposição do banco que patrocina a iniciativa de oferecer o serviço de aluguéis de bicicletas, bem como seus usuários, para orientar e dar dicas sobre como evitar a ocorrência de delitos.”