Passageiros aguardam trem em plataforma da estação Sé, da linha 3-vermelha do metrô. Foto: Lena Diaz/Fotos Públicas (11/12/2014)
O Metrô de São Paulo registrou, em 2014, 73 panes que afetaram a circulação de seus trens. Isso representa uma média de uma pane a cada 120 horas (cinco dias).
É o que aponta levantamento feito pelo Fiquem Sabendo com base em dados do Metrô obtidos por meio da Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação).
De acordo com as informações fornecidas pela empresa, o número de falhas tem crescido nos últimos anos: foram 58 em 2011 (uma a cada 51 horas), 71 em 2012 (uma a cada 123 horas) e 72 em 2013 (uma cada 122 horas).
Entre os motivos dessas panes, diz o Metrô, estão problemas de energia, obstrução das linhas férreas e defeitos nos trens.
Recorde de falhas em 2014 foi puxado por problemas na linha 5-lilás
Uma dos fatores que levaram o ano passado a registrar a maior quantidade de panes em quatro anos foi o fato de a linha 5-lilás ter contabilizado oito ocorrências que afetaram a circulação de seus trens.
Apesar de baixo, esse número representa uma alta significativa em relação aos três anos anteriores: a linha 5 apresentou cinco panes em 2011, apenas uma 2012 e quatro em 2013.
Já as duas principais linhas do metrô _a 1-azul e a 3-vermelha_ registraram, em 2014, uma quantidade de falhas inferior à registrada em 2013: na 1-azul, a queda foi de 25 para 23 casos, e na 3-vermelha, de 26 para 23.
Já a linha 2-verde registrou alta de 17 para 19 panes entre 2013 e o ano passado (veja o detalhamento no infográfico abaixo).
Por que isso é importante?
A Lei nº 12.587/2012, que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, define, em seu art. 5º, inciso IV, como um dos princípios do transporte público “a eficiência, a eficácia e a efetividade” de quem presta esse serviço.
Essa mesma lei, que foi sancionada no dia 3 de janeiro de 2012 e entrou em vigor 100 dias depois, ou seja, no dia 13 de abril do mesmo ano, diz, ainda, em seu art. 14, inciso I, que é direito do usuário do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana “receber o serviço adequado”.
Segundo essa lei, o Sistema Nacional de Mobilidade Urbana “é o conjunto organizado e coordenado dos modos de transporte, de serviços e de infraestruturas que garante os deslocamentos de pessoas e cargas no território do Município”. Isso inclui, por exemplo, o Metrô de São Paulo.
Número de falhas é compatível com sistema, diz Metrô
A assessoria de imprensa do Metrô disse em nota que todos os metrôs do mundo estão sujeitos a falhas e que o número de ocorrências nos últimos anos é compatível com a quantidade de viagens e passageiros transportados e com a quilometragem percorrida diariamente pelos trens do sistema metroviário paulista.
Segundo o órgão, em 2014, o Metrô registrou “4,04 ocorrências notáveis por milhão de passageiros, índice que está dentro dos padrões internacionais de qualidade e segurança”.
Ainda de acordo com o Metrô, “o sistema metroviário paulista transporte mais de 4,7 milhões de passageiros por dia e é considerado um dos dez melhores do mundo”.