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MOBILIDADE URBANA

Número de radares da CET danificados por vândalos cresce 67% em 1 ano

Léo Arcoverde

Publicado em: 25/05/2016
Atualizado em: 10/03/2023
Número de radares da CET danificados por vândalos cresce 67% em 1 ano Radar pichado com spray cinza na rua Guaicurus, na Lapa, zona oeste de São Paulo. Foto: Léo Arcoverde/Fiquem Sabendo Após quase quadruplicar na comparação entre os anos de 2014 e 2015, o número de radares da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) danificados por vândalos na cidade de São Paulo cresceu 67% entre os períodos de janeiro e abril do ano passado e deste ano. Nesse comparativo, o salto verificado foi de 49 para 82 casos. É o que aponta levantamento inédito feito pelo Fiquem Sabendo com base em dados da CET obtidos por meio da Lei Federa nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação). (Veja, abaixo, a representação gráfica dessas informações.) Número de radares da CET danificados por vândalos cresce 67% em 1 ano Entre 2014 e 2015, a quantidade de equipamentos de monitoramento vandalizados em toda a capital paulista saltou de 38 para 145, o que equivale a uma alta de 281%. Segundo a CET, na maioria dos casos, os vândalos picham a lente do radar ou quebram a estrutura metálica em volta da lente (leia mais abaixo). O crescimento dos casos de vandalismo se dá ao mesmo tempo em que a prefeitura amplia o número de radares na cidade. De 2014 para cá, a quantidade de equipamentos de monitoramento da CET instalados nas ruas e avenidas da capital paulista aumentou de 601 para 823, o que equivale a um aumento de 37% no período.

É uma mistura de revolta e impunidade, avalia especialista

Para o tenente-coronel da Polícia Militar da reserva e especialista em segurança Diógenes Lucca, o aumento dos casos de vandalismo decorre de uma série de fatores. “De um lado, há a revolta das pessoas com a implantação de medidas por parte da prefeitura sem que houvesse um diálogo prévio com a sociedade, como a redução do limite de velocidade permitida nas avenidas. De outro lado, há o sentimento de impunidade de quem parte para o ato de vandalismo.” De acordo com ele, a ineficiência da prefeitura em adotar medidas que tornariam a cidade menos degradada “aumenta a revolta das pessoas”. “Elas veem radares de última geração serem instalados e, ao mesmo tempo, são obrigadas a enfrentar ruas esburacadas, sem iluminação e uma série de outros problemas. Não que isso justifique o ato de vandalismo”, diz. Para inibir a ação dos vândalos, Lucca diz ser necessária uma integração maior entre a Polícia Militar e a CET. “São dois órgãos que conversam muito pouco. Em nível estratégico, muita coisa poderia ser feita para ajudar a coibir esse tipo de situação.”

CET diz fazer 'contato permanente' com Secretaria da Segurança

A CET disse por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa que “faz contato permanente com a Secretaria da Segurança Pública” sobre os casos de vandalismo contra os radares de monitoramento de infrações de trânsito instalados na cidade. Leia, abaixo, a íntegra da nota que a empresa enviou à reportagem: “Informamos que a Companhia faz contato permanente com a Secretaria de Segurança Pública no Estado de São Paulo relatando as ocorrências e solicitando apoio do policiamento nos pontos/locais de fiscalização. Além disso, conforme Termo de Referência, sempre que ocorrer esse tipo de incidente, os consórcios devem registrar Boletins de Ocorrência junto à autoridade policial competente. Ressaltamos que em caso de vandalismo, a CET não arca com ônus dos equipamentos inoperantes. De acordo com o Termo de Referência e contratação dos serviços, cabe aos consórcios a reposição dos equipamentos sem custos adicionais.  Os radares sofrem com pichações nas lentes das câmeras e quebra das bases dos equipamentos estáticos e fixos, respectivamente.”

Policiamento foi reforçado, afirma governo do Estado

Procurada, a Secretaria de Estado da Segurança Pública disse também por meio de nota que a Polícia Militar recebeu em dezembro de 2014 um ofício da Secretaria Municipal de Transportes noticiando casos de vandalismos contra equipamentos de fiscalização eletrônica de velocidade. De acordo com a pasta, “não houve [o encaminhamento de] novos ofícios”. “O policiamento nos locais onde estão instalados esses equipamentos foi intensificado, por meio dos Programas de Força Tática, ROCAM e Radiopatrulhamento.”

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