Ônibus da linha 917H/10 (Terminal Pirituba/Metrô Vila Mariana), na avenida Paulista (região central de SP). Foto: Léo Arcoverde/Fiquem Sabendo
Dezesseis das 20 linhas de municipais de São Paulo com mais reclamações de passageiros feitas à
SPTrans (empresa municipal de transporte) entre julho e agosto são utilizadas como meios de interligação entre bairros e linhas de metrô da cidade de São Paulo.
Várias dessas linhas, como a campeã de reclamações, a 574J/10 (Metrô Conceição/Terminal Vila Carrão, com 33 queixas no período, e a 917H/H (Terminal Pirituba/Metrô Vila Mariana), sexta colocada do ranking, com 29 reclamações, têm uma linha de metrô como ponto de partida ou final de seu itinerário.
É o que aponta levantamento feito pelo
Fiquem Sabendo com base em dados da SPTrans obtidos por meio da
Lei Federal nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação). (Veja o detalhamento dessas informações no infográfico abaixo.)
Oito das 20 piores linhas circulam na zona leste da cidade
Oito das 20 linhas com mais reclamações no segundo trimestre passam por bairros da zona leste da capital paulista, segundo a SPTrans.
Outras oito linhas circulam pela zona oeste da capital paulista.
Uma característica das linhas que figuram nesse ranking é o fato de percorrerem itinerários longos, que incluem avenidas frequentemente congestionadas durante os horários de pico.
Por que isso é importante?
A
Lei Federal nº 12.587/2012, que instituiu as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, define, no seu art. 5º, inciso IV, como um dos princípios do transporte público “a eficiência, a eficácia e a efetividade” de quem presta esse serviço.
Essa mesma lei prevê, no seu art. 14, inciso I, que é direito do usuário do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana “receber o serviço adequado”.
De acordo com essa lei, o Sistema Nacional de Mobilidade Urbana “é o conjunto organizado e coordenado dos modos de transporte, de serviços e de infraestruturas que garante os deslocamentos de pessoas e cargas no território do Município”. Isso inclui, por exemplo, os ônibus que circulam na capital paulista.
Número de reclamações tem caído, afirma SPTrans
A SPTrans disse por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa que está desenvolvendo ações junto às concessionárias e permissionárias do sistema desde 2013 para oferecer melhor qualidade aos serviços prestados priorizando eficiência, rapidez, conforto e segurança aos usuários do transporte coletivo.
De acordo com a empresa, durante o ano de 2013, foram registradas 15% a menos de reclamações em relação a 2012. Em 2014, houve uma queda de 43,8%, nesse indicador, na comparação com o ano anterior.
Segundo a SPTrans, “as reclamações passam pelo programa de Gestão Operacional pela Qualidade (GOpQ)”. “Trata-se de um processo de medição de desempenho que recorre às reclamações registradas pelos usuários como ferramenta para identificar formas de melhorar o serviço prestado na cidade de São Paulo em cada uma das linhas do sistema.”
São realizadas reuniões e ações conjuntas com os representantes das empresas operadoras buscando o envolvimento da alta administração e do corpo gerencial nas questões relativas à Gestão Operacional pela Qualidade. Nessas ocasiões determina-se a correção imediata de qualquer falha ou ineficiência no cumprimento dos serviços prestados.