O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Foto: Du Amorim/A2 FOTOGRAFIA (07/05/2015)
Entre os dias 3 de fevereiro de 2014 e o fechamento do pregão da última sexta-feira (7), o valor da da ação da
Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), estatal controlada pelo governo paulista, negociado na
BM&FBovespa aumentou 66%. A salto nominal por ação verificado no período foi de 20,30 pra 33,70.
No mesmo período, a inflação oficial, medida pelo
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE, aumentou 26%. Em outras palavras: quem investiu na Sabesp obteve rendimento mais do que o dobro superior à inflação do período.
Foi na primeira semana de fevereiro que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou que concederia desconto de até 30% a quem reduzisse o consumo de água na capital. O estímulo à economia chegou a ser ampliado a todas as cidades atendidas pelo sistema Cantareira até ser suspenso em abril de 2016. Durante a sua vigência, ele chegou a ter adesão de 83% dos consumidores.
O sucesso do programa junto à população, no entanto, representou uma perda financeira severa, de acordo com a Sabesp.
Entre 2015 e 2016, o lucro da Sabesp aumentou 449% (de R$ 536 milhões para R$ 2,947 bilhões).
Ao anunciar esse lucro, no fim de março deste ano, o atual presidente da Sabesp, Jerson Kelman, afirmou que a crise hídrica, que castigou os paulistanos e moradores de cidades vizinhas à capital paulista durante a maior parte do biênio 2014-2015, chegara ao fim.
De acordo com Kelman, em
entrevista ao G1, a crise hídrica deixou como legado "um sistema de abastecimento mais robusto e resiliente" e que será capaz de enfrentar secas "tão extremas quanto a ocorrida em 2014-2015".