Parte da horta plantada na laje na sede da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, na Vila Andrade, zona sul de São Paulo. Foto: Léo Arcoverde/Fiquem Sabendo
No chão, pés de alface, coentro, salsinha, cebolinha e almeirão plantados em tambores de plástico azuis cortados ao meio. Sobre as mesas, esculturas feitas com catracas, coroas e correntes de bicicleta são o suporte para vasos com vistosas violetas roxas. Em todo o entorno da laje, três lances de escada acima da entrada do prédio, uma estrutura de bambu já está pronta para virar um jardim vertical.
É isso o que encontra, desde a manhã desta terça-feira (31), quem sobe na laje do prédio da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, na rua Ernest Renan, uma das principais vias que cortam Paraisópolis, maior favela da cidade de São Paulo, localizada ne região da Vila Andrade, na zona sul de São Paulo.
O local foi palco de uma disputada solenidade, com dezenas de parceiros e convidados, do projeto Horta na Laje, que, se for replicado em toda a comunidade, espalhará hortas orgânicas por até 18.000 lajes.
A ideia é melhorar a alimentação e aumentar a renda dos moradores.
Região ocupa 14ª colocação do ranking de distritos com mais áreas verdes em SP
Paraisópolis é uma comunidade conhecida pelos grandes números. Com uma população estimada pela prefeitura em cerca de 80.000 moradores, a favela abriga 8.000 estabelecimentos comerciais, 13 escolas municipais, 65 ONGs, dentro outros indicadores.
Dado o seu superpovamento, orginado pelo crescimento desordenado característica da maioria das favelas, Paraisópolis possui pouquíssimas áreas verdes.
A Prefeitura Regional do Campo Limpo, onde está localizada Paraisópolis, ocupa a 14ª posição, de um total de 32, no ranking de regiões com maiores áreas verdes em toda a capital paulista.
De acordo com dados da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, obtidos pelo
Fiquem Sabendo via
Lei de Acesso à Informação, toda a região do Campo Limpo, que abrange distritos como Morumbi e Capão Redondo, possui 6,8 milhões de metros quadrados de cobertura vegetal. Veja, no quadro abaixo, os dados relativos às áreas das demais prefeituras regionais da cidade.
Por que isso é importante?
A
Constituição Federal de 1988 prevê, em seu artigo 225, que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
As árvores urbanas desempenham funções importantes para os cidadãos e o meio ambiente, tais como a elevação da permeabilidade do solo (e a diminuição dos riscos de enchentes) e o controle da temperatura e da qualidade do ar. Até mesmo a melhoria da paisagem urbana decorrente das áreas verdes é um fator que aumenta a qualidade de vida da população, segundo especialistas.