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Divulgado na última semana, o estudo O acesso ao verde e a resiliência climática nas escolas das capitais brasileiras revelou que mais de 1/3 das escolas das capitais do país não possuem áreas verdes em seus terrenos (37,4%). Conduzido pelo Instituto Alana em parceria com o MapBiomas e assessoria técnica da Fiquem Sabendo, o levantamento aponta que a ausência de vegetação atinge 43,5% das unidades de educação infantil, expondo desigualdades no acesso à natureza e maior vulnerabilidade climática de comunidades de baixa renda.
A análise abrangeu 20.635 escolas de educação infantil e ensino fundamental das capitais brasileiras, considerando vegetação nos terrenos escolares, proximidade de praças e parques, localização em ilhas de calor e áreas de risco climático. Entre os dados, destacam-se que 52,4% das escolas situadas em favelas não possuem áreas verdes e que 370,5 mil estudantes estão em unidades localizadas em áreas suscetíveis a enchentes e deslizamentos.
Os resultados também evidenciam o impacto do racismo ambiental, uma vez que escolas com maior proporção de alunos negros enfrentam mais desafios relacionados à falta de áreas verdes e ao calor extremo. Salvador (BA) lidera o ranking das capitais com maior percentual de escolas sem vegetação – com 87% das unidades escolares sem vegetação em seus lotes –, enquanto Boa Vista (RR) apresenta a menor proporção de escolas sem área verde, com apenas 5%.
O relatório apresenta recomendações como a remoção do concreto de espaços abertos para criar novas áreas verdes, com prioridade para espécies nativas, o fomento ao plantio e manejo de hortas, jardins e miniflorestas com a participação dos estudantes, a criação de pátios escolares naturalizados integrados ao sistema municipal de áreas verdes e a priorização dessas intervenções em escolas e territórios com menor cobertura verde e maior vulnerabilidade socioeconômica e ambiental. As iniciativas visam não apenas reduzir as desigualdades, mas fortalecer a resiliência climática e garantir o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes.
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