Manifestantes participam de protesto contra a falta de água em frente à Sabesp, em São Paulo. Foto: Oswaldo Corneti/Fotos Públicas (01/11/2014)
O número de reclamações recebidas pela
Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) devido a casos de falta d’água saltou de 86.586 para 140.752 entre os primeiros semestres de 2014 e deste ano na capital paulista. Isso representa um aumento de 62,5% entre um período e outro.
É o que aponta levantamento feito pelo
Fiquem Sabendo com base em dados da empresa obtidos por meio da
Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação).
Esses números representam os relatos de clientes que se queixaram do problema diretamente à Sabesp (veja no infográfico abaixo).
Esse tipo de reclamação também é feita a órgãos como os
Procons e
Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo).
Santana lidera ranking de distritos com maior quantidade de queixas
Treze das 15 divisões regionais da Sabesp existentes na cidade de São Paulo registraram aumento no número de reclamações por falta de água no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2014. Só as regiões de Santo Amaro e Interlagos contabilizaram queda nesse índice.
Em três regiões _Sé (região central), Ipiranga (zona sul) e São Mateus (zona leste)_, a quantidade de queixas decorrentes da interrupção no fornecimento de água mais do que triplicou.
Em números absolutos, Santana (zona norte) foi a região com maior número de relatos de falta d´água em toda a cidade entre janeiro e junho deste ano: 16.034. O segundo lugar ficou com o Butantã (zona oeste), com 15.797. (Veja o ranking das dez regiões com mais queixas contabilizadas na primeira metade de 2015 no infográfico abaixo.)
Por que isso é importante?
A
Lei nº 9.433/97 (Política Nacional de Recursos Hídricos) prevê que a água “é um bem de domínio público” e que um dos objetivos dessa política é “assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos”.
Essa mesma lei federal determina ainda que “a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades”.
Em julho de 2010, a Assembleia Geral da
ONU (Organização das Nações Unidas) reconheceu o acesso a uma água de qualidade e a instalações sanitárias adequadas como um direito humano.
Empresa não se manifesta
Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a Sabesp não se respondeu aos questionamentos enviados pelo
Fiquem Sabendo até a publicação desta reportagem.