Investimento na expansão das linhas do metrô de São Paulo caiu de R$ 1,752 bilhão para R$ 1,240 bilhão entre o primeiro semestre de 2015 e o mesmo período deste ano. Foto: Eduardo Saraiva/A2IMG (11/04/2016)
O
Metrô de São Paulo diminuiu em 29% (de R$ 1,75 bilhão para R$ 1,24 bilhão o valor investido na expansão de sua rede entre o primeiro semestre de 2015 e o mesmo período deste ano.
Isso significa dizer que, em um ano, R$ 511,90 milhões foram gastos a menos na construção de novas linhas e estações.
É o que aponta levantamento inédito feito pelo
Fiquem Sabendo com base em dados do metrô obtidos por meio da
Lei de Acesso à Informação. (Veja, abaixo, a representação gráfica desses números.)
Nenhum trecho de linha foi inaugurado em 2015
Não houve a inauguração de nenhuma nova estação do metrô em 2015.
Em agosto, o monotrilho da linha 15-prata começou a sua operação comercial, entre as estações Oratório e Vila Prudente, na zona leste. Esse trecho tinha sido inaugurado em 2014 e, desde então, estava em fase de testes, em horário reduzido, sem cobrança de tarifa.
O ano passado foi também marcado pela retração da economia do Estado de São Paulo, fortemente impactada pela crise econômica do país. O PIB (Produto Interno Bruto) paulista caiu 4,1% em relação a 2014, segundo a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), ligada ao governo estadual.
Por que isso é importante?
A
Lei nº 12.587/2012, que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, define, no seu art. 5º, inciso IV, como um dos princípios do transporte público “a eficiência, a eficácia e a efetividade” de quem presta esse serviço.
Essa mesma lei diz, no seu art. 14, inciso I, que é direito do usuário do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana “receber o serviço adequado”.
Segundo essa lei, o Sistema Nacional de Mobilidade Urbana “é o conjunto organizado e coordenado dos modos de transporte, de serviços e de infraestruturas que garante os deslocamentos de pessoas e cargas no território do Município”. Isso inclui o Metrô de São Paulo.
Investimentos variam de acordo com etapa das obras, afirma Metrô
Questionado sobre a queda na execução dos gastos destinados à expansão de suas linhas, com dados referentes aos primeiros quadrimestres de 2015 e 2016, no mês passado, o Metrô de São Paulo disse por meio de nota que os investimentos na expansão do sistema metroviário variam de acordo com a etapa das obras.
Leia, abaixo, a íntegra da nota que a empresa enviou à reportagem:
“Os valores investidos em uma obra do Metrô, bem como em qualquer outra obra de grande porte, seguem um planejamento anual. Os gastos empenhados são feitos de acordo com o estágio da obra. No início da implantação de uma linha os gastos são maiores e após um estágio mais avançado o valor investido tende a diminuir, o que não significa que houve um gasto efetivamente menor, mas sim proporcional ao momento e fase da obra.”