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De janeiro de 2019 a novembro de 2020, foram abertos 159 inquéritos policiais por apologia ao nazismo pela Polícia Federal (PF). Esse número é maior do que o total de investigações iniciadas nos 15 anos anteriores, conforme levantamento da agência Fiquem Sabendo, via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Reportagem em parceria com o Yahoo Brasil, acesse aqui.
De 2003 a 2018, foram abertos 143 inquéritos por apologia ao nazismo. Até então, o pico de investigações havia sido registrado pela PF em 2010, com 22 casos. Na virada para 2019, houve um salto significativo, passando de 17 em 2018 casos para 66 no ano seguinte - um aumento de 288%. A alta segue neste ano, com 93 inquéritos abertos até 16 de novembro - 41% a mais do que no ano passado inteiro.
“Essa onda começa a ganhar força já em 2013, é uma onda de extrema-direita, de descrença nas insituições constiutuídas e ao mesmo temo de intolerância com grupos de esquerda, a esquerda começa a ser taxada de criminosa e o discurso começa a avançar na lógica ‘anticomunista’, a grosso modo, que é algo típico do movimento fascista”, analisa o policial civil Leonel Radde. Formado em História e Direito e mestre em Direitos Humanos, Radde ficou conhecido por denunciar dezenas de casos de apologia ao nazismo no Rio Grande do Sul, incluindo organizadores de um festival neonazista, que acabou cancelado.
Para Radde, a partir de 2015 esses grupos começam a se organizar em torno de uma apropriação dos símbolos nacionais e de um “discurso de ódio e de força”, que se torna mais presente com a ascensão de Jair Bolsonaro (sem partido) à Presidência. O assunto foi pautado no próprio governo, quando o então secretário especial de Cultura Roberto Alvim acabou demitido após uma campanha publicitária da pasta fazer referência a uma frase do ministro de propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels. Os símbolos nazistas, como a suástica e a águia, segundo Radde, são usados como atrativo para movimentos extremistas aglutinarem grupos em torno de suas pautas.
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Este conteúdo saiu primeiro na edição #66 da newsletter da Fiquem Sabendo, a Don’t LAI to me. A newsletter é gratuita e enviada quinzenalmente, às segundas-feiras. Clique aqui e inscreva-se para receber nossas descobertas em primeira mão também.