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MEIO AMBIENTE

26,8 bilhões de litros de água desperdiçados por mês

Léo Arcoverde

Publicado em: 22/06/2016
Atualizado em: 11/09/2023
Em 2015, os vazamentos nas tubulações da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) causaram um desperdício de 321,7 milhões de metros cúbicos de água. Como cada metro cúbico corresponde a 1.000 litros de água, isso quer dizer que, em 12 meses, 321,7 bilhões de litros de água foram perdidos _parte desse desperdício se deu enquanto muitos paulistanos sofriam com a falta de água em casa. Esse número representa uma média mensal de 26,8 bilhões de litros de água desperdiçados a cada mês. O que a Sabesp classifica como perda comercial, provocado por “gatos” e problemas em hidrômetro, por exemplo, foi responsável pela perda de 13,7 milhões de metros cúbicos em 2015. Já o bônus da conta de água, concedido durante a crise hídrica a consumidores que diminuíram o consumo em patamares estipulados pela empresa, chegou a poupar, em um único mês, 16,5 bilhões de litros de água. Todas essas informações foram obtidas pelo Fiquem Sabendo por meio da Lei Federal nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação). Elas representam o agrupamento de uma série de dados utilizados pelo Fiquem Sabendo em reportagens publicadas ao longo da crise hídrica, que foram complementados com novas informações. Foi a partir do cruzamento desses dados que o Fiquem Sabendo elaborou a seção Contadores. A sua proposta é facilitar a compreensão de temas de interesse geral por meio da apresentação de dados que o poder público não divulga.

Grande São Paulo possui 64 mil quilômetros de tubos enterrados

A região metropolitana de São Paulo possui cerca de 64 mil quilômetros de tubos da Sabesp enterrados. Isso equivale a uma volta e meia em torno da Terra. Esse dado consta de artigo do presidente da Sabesp, Jerson Kelman, publicado em janeiro no jornal “Folha de S. Paulo”, no qual ele admitiu que a redução de pressão na rede de distribuição da estatal provoca a falta de água em imóveis localizados nas regiões mais altas da capital paulista. No texto, ao tratar desse assunto, ele argumentou: “Trata-se de uma medida preventiva para evitar um mal maior, que seria a exaustão da pouca água ainda armazenada nos grandes reservatórios”. Número de vazamentos surpreendeu pesquisadora de Stanford Convidada pelo governo de São Paulo a vir ao Brasil para ajudar a encontrar soluções para a atual crise, em dezembro de 2014, a pesquisadora da Universidade de Stanford, na Califórnia, Newsha Ajami, surpreendeu-se com a quantidade de água que não chega às torneiras dos paulistanos devido aos vazamentos existentes nas tubulações da Sabesp. Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, Newsha afirmou: “O sistema do Estado tem cerca de 40% a 45% de vazamentos, então eu me concentraria em aumentar a eficiência ao invés de racionar”. Ao falar sobre o que deveria ser feito para contornar a atual crise no curto prazo, ela respondeu: “A primeira medida deveria ser consertar os vazamentos”.

Por que isso é importante?

A Lei nº 9.433/97 (Política Nacional de Recursos Hídricos) prevê que a água “é um bem de domínio público” e que um dos objetivos dessa política é “assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos”. Essa mesma lei federal determina ainda que “a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades”. Em julho de 2010, a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) reconheceu o acesso a uma água de qualidade e a instalações sanitárias adequadas como um direito humano.

Combate às perdas é um programa permanente, afirma Sabesp

Quando questionada sobre as perdas físicas à época da produção de reportagens anteriores sobre o assunto já publicadas pelo Fiquem Sabendo, a Sabesp disse por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa que a ação de combate às perdas é um programa permanente da empresa e que, nos últimos dez anos, o índice de perdas físicas foi reduzido em 10 pontos percentuais. Leia, abaixo, a íntegra da nota que a empresa enviou à reportagem: “A ação de combate às perdas é um programa permanente da Sabesp. O total perdido em março de 2014 entre perda real (vazamentos) e perda aparente (comerciais) é de 30,8 % do total produzido. Já em dezembro de 2015, o índice ficou em 27,1 %. A Sabesp tem aumentado recursos aplicados no combate a perdas, mesmo antes da crise hídrica. Nos últimos dez anos, o índice de perdas físicas por vazamentos foi reduzido em 10 pontos percentuais, estando hoje em 18%, próximo aos 16% do Reino Unido.”  

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Todas as republicações ou reportagens feitas a partir de dados/documentos liberados pela nossa equipe devem trazer o nome da Fiquem Sabendo no início do texto, com crédito para: “Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas”. Acesse aqui o passo a passo de como creditar nas publicações.

Este conteúdo saiu primeiro na edição #66 da newsletter da Fiquem Sabendo, a Don’t LAI to me. A newsletter é gratuita e enviada quinzenalmente, às segundas-feiras. Clique aqui e inscreva-se para receber nossas descobertas em primeira mão também.


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