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SEGURANÇA

Número de bicicletas furtadas cresceu 17% em SP

Léo Arcoverde

Publicado em: 01/07/2016
Atualizado em: 10/03/2023

O número de bicicletas furtadas na cidade de São Paulo cresceu 17% entre janeiro e maio deste na comparação com o mesmo período de 2015. O salto foi de 708 para 827 ocorrências no período.

O fotógrafo Eduardo Girão teve a bicicleta furtada na padaria perto do apartamento onde mora, na rua da Consolação, nos Jardins, zona oeste de São Paulo. Foto: Léo Arcoverde/Fiquem Sabendo O fotógrafo Eduardo Girão teve a bicicleta furtada na padaria perto do apartamento onde mora, na rua da Consolação, na região dos Jardins, zona oeste de São Paulo. Foto: Léo Arcoverde/Fiquem Sabendo Essa alta percentual supera os 3% de aumento dos furtos em geral na capital paulista no mesmo comparativo. Nesse caso, o salto foi de 72.635 para 75.635 casos. É o que aponta levantamento feito pelo Fiquem Sabendo com base em dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública, do governo Geraldo Alckmin (PSDB), obtidos por meio da Lei Federal nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação).   Furtos de bicicletas crescem 17% em São Paulo entre janeiro e maio De acordo com a secretaria, esses números representam o total de bicicletas furtadas. Eles levam em conta tanto os casos em que a bike foi o único objeto levado da vítima pelo suspeito quanto aqueles em que outros pertences da pessoa também foram furtados.

Há 15 anos pedalando, fotógrafo tem bicicleta furtada pela primeira vez

Era o começo da tarde do dia 16 de março deste ano quando o fotógrafo Eduardo Girão, 53 anos, parou a sua bicicleta ao lado da porta da padaria para tomar um suco, a poucos metros do apartamento onde mora, na esquina da rua da Consolação com a alameda Tietê, na região dos Jardins, zona oeste de São Paulo. “Entrei de capacete na padaria. Sempre fiz isso, nunca coloquei corrente na bicicleta”, conta. “Pedalo há 15 anos em São Paulo e, até então, nunca havia sido roubado.” Poucos minutos depois, ele foi alertado por funcionários de um café localizado do outro lado da rua de que um homem, aparentando ser um morador de rua, havia furtado a sua bicicleta. De acordo com o fotógrafo, a bike furtada, com quadro Sundow, 27 marchas e freios a disco, está avaliada em cerca de R$ 3.000. “Por sorte, eu já tinha outra bike, um pouco mais velha, e agora ando com cadeado.” Ele diz que o furto não o fará parar de pedalar. “De jeito nenhum. Nós, ciclistas, ganhamos um espaço [a malha cicloviária municipal] para pedalar. Criou-se um respeito em torno da gente”, avalia. (Assista, no vídeo abaixo, como se deu o furto da bicicleta de Girão.)

Bicicletas furtadas não são levados a sério pela polícia, diz cicloativista

Na avaliação do cicloativista e criador do site “Vá de Bike”, Willian Cruz, o aumento dos furtos de bike na cidade de São Paulo “é natural conforme o uso da bicicleta cresce”. “Eles têm crescido num ritmo muito menor do que o aumento de bicicletas nas ruas. De 2014 para 2015, houve um crescimento de 66% no número de viagens”, diz. De acordo com Cruz, as pessoas “têm muito mais medo de serem assaltadas no automóvel, principalmente porque podem ser levadas em um sequestro-relâmpago, o que é impossível de bicicleta”. Ele afirma que o principal problema “é os furtos ainda não serem levados a sério pela polícia”. “Há empenho para encontrar carros roubados, mesmo tendo seguro, mas não se veem muitas bicicletas furtadas serem recuperadas. Os crimes cometidos contra ciclistas ainda não são levados a sério, como deveriam, pelo poder público.”

Por que isso é importante?

Constituição Federal de 1988 prevê, no seu art. 144, que a segurança pública corresponde a um “dever do Estado” e um “direito e responsabilidade de todos” e que ela é exercida “para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”. O Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848/1940) prevê, no seu art. 155, uma pena de reclusão de dois a quatro anos e multa para quem comete o crime de furto. Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas (situação comum aos casos de invasão a residência) ou mediante escalada, a pena cominada é mais alta: reclusão de dois a oito anos e multa. Já no seu art. 157, o Código Penal prevê para o roubo uma pena de reclusão de quatro a dez anos e multa. Ela é aumentada de um terço em situações como o concurso de dois ou mais suspeitos ou emprego de arma de fogo.

Polícias estão atentas a indicadores criminais, afirma secretaria

A SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), do governo Geraldo Alckmin (PSDB), disse por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa que as polícias estão atentas aos indicadores criminais e às novas modalidades de crimes. Leia, abaixo, a íntegra da nota que a pasta enviou à reportagem: "A SSP informa que as polícias estão atentas aos indicadores criminais e às novas modalidades de crimes. A Polícia Civil semanalmente desenvolve operações de combate aos crimes contra o patrimônio, inclusive furtos e roubos de bicicletas. Essa iniciativa resultou em mais de 3,5 mil prisões em flagrante entre janeiro e maio deste ano. A PM realiza policiamento em toda a cidade para prevenir crimes contra o patrimônio, inclusive os que tem as bicicletas como alvos.  Cabe salientar que os roubos e furtos em geral tiveram queda de 6,39% no acumulado dos últimos 12 meses. No comparativo entre maio de 2015 a abril de 2016 e maio de 2014 a abril de 2015.  É importante ressaltar que os dados recebidos pela reportagem não se referem ao total de ocorrências, mas sim ao número de bicicletas furtadas ou roubadas. Inclusive nos casos em que não foram os únicos objetos que foram alvo do crime."

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